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2009-02-23

O estado da "Nação" - Arbitragem Nacional, Opinião de João Boto


1 - Árbitros
O Badminton Europe tem 54 países associados, entre eles como é óbvio, Portugal. Destes 54 associados, Portugal é um dos 17 membros sem ter qualquer árbitro “acreditado” ou “certificado”. Ou seja 34 países associados têm no mínimo um árbitro nas condições em cima descritas. Portugal está entre os 17 (Ex: Albânia, Arménia, Azerbaijão, Bósnia, Ilhas Faroe, Geórgia, Gibraltar, Gronelândia, Montenegro, Liechtenstein, Moldávia, Lituânia, Macedónia, Malta), ou seja tudo países do 3º mundo no badminton europeu. Apenas a Ucrânia e Bielorrússia, como potências superiores a Portugal estão ao nosso nível em termos de nº de árbitros “acreditados ou credenciados”. Ao contrário países como o Chipre, Turquia, Israel, Grécia, Itália, Luxemburgo, Servia ou Roménia, estão entre as 34 nações com pelo menos um árbitro no “Badminton Europe”. Até a nossa vizinha Espanha tem dois árbitros acreditados. Já desde os meados dos anos 90, que o conselho de arbitragem da FPB, então presidido por Luís Alcobia e tendo como vogais Joaquim Silva e o actual presidente do CA, José Louro, pretendia pelo menos acreditar um árbitro junto do BE. Passados quase 13 anos tudo continua igual ao que estava. Poderão dizer, os menos esquecidos que também eu, por lá passei e nada fiz? Existe meia razão, ou talvez não. Luís Alcobia e Joaquim Silva, possivelmente por estarem farto de promessas e não só (lembro-me de pelo menos um episódio em que um Juiz-árbitro, em um determinado torneio foi desacreditado pela FPB), acabaram por renunciar e um deles deixou mesmo por completo a arbitragem, quando tudo apontava para um pudesse vir a ser o 2º juiz-árbitro acreditado pelo BE. O CA, em que fiz parte conjuntamente com José Serpa e que tinha como presidente José Louro, tentou por diversas vezes mudar o rumo no sentido de melhorar a arbitragem nacional, mas infelizmente viu sempre negadas as suas pretensões pela “quase actual direcção da FPB”. Portugal é como todos nós sabemos, um país mal colocado em termos geográficos. Temos um excelente clima, excelentes praias, mas estamos longe do centro da Europa. Quero com isto dizer que estamos muito condicionados, relativamente a deslocarmos-nos rapidamente e a preços económicos de um pais para outro. Poderemos concordar, que de facto poderá ser dispendioso para a FPB, apostar em mais do que um árbitro a acreditar. O que não concordamos é que não sejam divulgados os convites para árbitros portugueses irem participar em torneios do circuito europeu, mesmo que às suas custa e expensas. Está na hora, mais do que na hora de definitivamente o CA e a FPB, apostarem num jovem responsável e com vontade de ser o primeiro árbitro nacional acreditado pelo Badminton Europe. Internamente temos o velho problema de se arbitrar pouco, ou mesmo nada durante uma época. Este ano existiu vontade, mas com o desleixar dos anos, os árbitros também foram perdendo vontade e interesse. Agora é difícil recuperá-los. Excepção aos “velhos do Restelo”, ou como me disse à dias um amigo “Os dinossauros”, esses estão sempre prontos para pelo menos irem aos Internacionais de Portugal.

2 - Juiz-Árbitros
Aqui a história é um pouco diferente. Dos 54 estados filiados no BE apenas 22 tem Juízes certificados ou acreditados, pela BWF ou pelo BE, e entre eles está Portugal com um Juiz-Árbitro acreditado pela BE. Trata-se da Sra. Susana Maldonado que têm realizado excelente trabalho, sempre que é chamada a desempenhar tal papel, quer em Portugal (Internacionais) quer além fronteiras. De qualquer maneira é necessário acautelar o futuro, e isso passa por colocar alguém interessado (com interesse também por parte dos dirigentes federativos e do Conselho de Arbitragem), com qualidades reconhecidas a nível nacional e obedecendo a normas de progressão na carreira de Juiz-Árbitro a serem criadas pelos CA (em tempos elas já existiram, mas caíram no esquecimento ao não serem publicadas anualmente). Internamente, o Conselho de Arbitragem, optou por um caminho que quanto a mim não é o mais saudável para uma concorrência leal entre Juiz-Árbitros. O CA resolveu, em primeiro lugar, ser apenas o seu presidente a fazer “todos” os calendários dos diversos torneios nacionais! Seremos todos os outros os incompetentes? Já tinha colocado esta questão em tempos, mas nada se alterou desde essa altura. Depois, excepção a Henrique Neto, duas vezes, João Cardoso outras duas vezes e António Pinto Leite, uma vez, todos os outros torneios nacionais tiveram como Juiz-Árbitros o Presidente do Conselho de Arbitragem, José Louro e um seu vogal, João Fragoso. Aliás o Presidente do CA, apenas não esteve como Juiz-Arbitro em torneios de Veteranos (Gaia, Lisboa, Santiago do Cacém e Tires). Mas o mais grave da situação tem-se passado com a utilização de pessoas, apenas árbitros a fazer o trabalho de Juiz-Árbitro! Estranho, mais ainda, quando os verdadeiros Juiz-Árbitros ficam na prateleira! E o que dizer dos torneios ficarem privados dos responsáveis máximos dos torneios durante a hora de almoço (1 a 2 horas)? Apenas assisti a um caso, mas calculo que, assim seja sempre, quando se joga em mais do que um local e apenas um Juiz é convocado por pavilhão. Em tempos, eram convocados, um Juiz-Árbitro principal, e também um Juiz-Árbitro adjunto, para salvaguardar, por exemplo, a situação que referi em cima. Quero deixar bem claro que nada tenho contra o presidente do CA ou dos seus restantes elementos, pelo contrário nutro uma enorme simpatia e amizade de longos anos de camaradagem pessoal e ligado à modalidade, mas não posso deixar de denunciar aquilo, que penso ser “o clube familiar da arbitragem da FPB”, onde alguns dos principais valores (porque não concordam com alguns pontos de vista da FPB), não tem lugar. Por todas estas situações, chegou a minha vez de dizer “basta”, e por muito que me custe esta decisão, ela é tomada com base no desprezo que tenho sentido por parte do CA/FPB, relativamente a alguns Árbitros e Juiz-Árbitros. Costuma-se dizer que - “se não podes com eles, junta-te a eles” -, mas essa não é a minha maneira de estar na vida ou no badminton. Estarei sempre ao lado daqueles que queiram cumprir as “Regras, Normas e Leis da Arbitragem”.


João Boto

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